segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Subjetivo.

Ficamos ineptos quando já não basta à escolha de palavras, agir é a última cartada. Mas a tal surpresa será suficiente para todo castelo de ilusão, moldado por meses trancafiados sob pudores e desejos assombrosos?
Seria simples se eu me mantivesse com a vista das grades de minha janela, a rara aurora que via desabrochar.
Os velhos discos estão sob grossa proteção de pó, intocados por descuido, por amedrontarem a falsa segurança ou a busca por ela.
É um mergulho deixar o corpo entre tudo que está disperso e mantido em segredo.
As palavras traíram minha necessidade de expressar. Fui eu quem desatou o nó e libertou-as
Mas havia um vínculo recusado por ambas as partes e intenso em sua realidade.
É a ele que recorro quando a confusão me esgana com suas garras mortíferas, ela clama pela morte de toda subjetividade que me habita.
Mas o álibi e seu objeto de morte foram entregues por mim.
Esse eu inexistente, perdido entre a escolha do desejo e do que é certo, provocado pela curiosidade de quem define essa monotonia de correto.
Falta humanidade em tudo que dizemos.
A verdade é a autodestruição, pois o mais hábil homem morreu desconhecendo-a e perturbado.
Por que no fim ele era mais um e menos um entre nós. Os descrentes e ordinários.

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