sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sonhadores.

Os Sonhos são grandes, pequenos, materiais, pessoais, reais, mirabolantes, realizados, desperdiçados, abandonados, nascidos na infancia, na juventude, a cada dia, hora e segundo, mas são sonhos.
Porque a alternativa é aceitar a realidade tal como é, sem qualquer esperança de mudança. Prefiro ser um sonhador a ser um conformista, que se entrega cegamente ao fatalismo.
Sonhadores são seres subversivos, que não se ajustam aos padrões vigentes. São rebeldes com causa! São seres pertencentes a outro mundo... um mundo ainda a ser criado. São seres de outro tempo. Vieram do futuro pra nos avisar que tudo pode ser diferente.
É verdade que os sonhadores são ingênuos. Mas é essa ingenuidade infantil que subverte a ordem.
Sonhos são a matéria prima de que é feito o futuro.
Deixar de sonhar é suicidar-se, é morrer estando vivo, é desistir de viver. E quando os velhos sonham, os jovens têm visões. Adultos sonhadores produzem jovens visionários. Sonhadores nunca morrem.
Quando se vão deste mundo passam a viver de outra forma, vivos nos sonhos que semearam.
Eu, como bom sonhador, acredito no amor, acredito na essência,gosto da alma e das artes.Prefiro o legado dos sonhadores à herança dos perversos.

Sou um sonhador, e nada mais.















P.S: Para a fã mais fiel deste pequeno diário.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Te desejo.

Eu não posso fazer mais nada. Você fez sua escolha e se quer partir eu só posso te desejar mais flores que espinhos no caminho e... quer saber? Eu te desejo mais. Que você tenha fé, muita fé. Mais do que a que eu tive em relação a você,a nós. Mais do que a fé de criança. Tenha fé em você, nos seus sonhos, naqueles que te cercam. Tenha mais fé no peito, nos olhos. Acredite! Crer faz toda a diferença. E eu te desejo muita sorte pra que você consiga ser a melhor que pode; pra que descubra o que fazer da vida e descubra, a tempo, a importância que você tem na vida de muitos, na minha. E eu te desejo uma enxurrada de sentimentos pra que você possa ver e sentir na pele, nos ossos, na alma, que sentir pode até doer, mas vale a pena quando você vê aquele sorriso, aqueles olhos, aquele coração disparado.
Que você possa um dia sentir por alguém o que senti por você. É tão bonito, você tem que ver. Espera. Antes de ir, deixa eu te dizer uma coisa? Obrigado. Não por segurar minha mão, mas por me segurar inteiro, por me fazer bem. Eu acreditei. Obrigado por ter me cuidado, por ter dividido parte do seu caminho comigo, pelos risos, brincadeiras, cumplicidade. Desejo, com todos os meus corações que você seja feliz no seu caminho, nas suas escolhas, na vida. Porque você tem um sorriso que merece ser visto e anda como se soubesse dos passos que dá e porque você é incrível, mesmo que disfarçadamente. Porque eu vou sentir sua falta. Porque vai doer. Porque é você. Eu te desejo... apenas.
Agora pode ir! Ficarei meio sem rumo, mas vai! E se eu posso te pedir alguma coisa, se você acha que tive um pouquinho de importância nesse seu mundo paralelo, cheio de pessoas e sonhos, só peço que... não me esqueça.
Te desejo memórias bonitas. Lembra da minha felicidade ao te ver, do meu ‘bom dia’, do meu sentimento. Lembra do que foi bom e me perdoa o excesso. De palavras, de choro, de sentimento. É que eu transbordo mesmo. Em tudo. Em todos. E fiquei denso, indo sempre ao fundo de mim, de você, de tudo que me toca. E eu te admiro, muito. Queria ter sido um pouco mais mistério, um pouco menos coração, mas... é isso!

Então me solta aos poucos...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Subjetivo.

Ficamos ineptos quando já não basta à escolha de palavras, agir é a última cartada. Mas a tal surpresa será suficiente para todo castelo de ilusão, moldado por meses trancafiados sob pudores e desejos assombrosos?
Seria simples se eu me mantivesse com a vista das grades de minha janela, a rara aurora que via desabrochar.
Os velhos discos estão sob grossa proteção de pó, intocados por descuido, por amedrontarem a falsa segurança ou a busca por ela.
É um mergulho deixar o corpo entre tudo que está disperso e mantido em segredo.
As palavras traíram minha necessidade de expressar. Fui eu quem desatou o nó e libertou-as
Mas havia um vínculo recusado por ambas as partes e intenso em sua realidade.
É a ele que recorro quando a confusão me esgana com suas garras mortíferas, ela clama pela morte de toda subjetividade que me habita.
Mas o álibi e seu objeto de morte foram entregues por mim.
Esse eu inexistente, perdido entre a escolha do desejo e do que é certo, provocado pela curiosidade de quem define essa monotonia de correto.
Falta humanidade em tudo que dizemos.
A verdade é a autodestruição, pois o mais hábil homem morreu desconhecendo-a e perturbado.
Por que no fim ele era mais um e menos um entre nós. Os descrentes e ordinários.

sábado, 27 de agosto de 2011

Não tentar

Se estas páginas padecem do reflexo de minha alma, o mais sensato fosse mantê-las em branco. Talvez para preservar a veracidade dos fatos, ou não cair no ridículo ao falhar na intensidade.
Decifrar suspiros de tão inocente passa a ser o ópio de um espírito inconstante, que teve sua idealização de amor decepada por crenças alheias, sentimentos reais encontrados em livros que sob a capa impunha-se a grafia dos mais renomados sentimentalistas. Aqueles a qual se busca proteção quando um coração palpita impaciente.

As quais a mim incenderam em desânimo por ser tão pouco a afeição que vingou.

Paixão promiscua de uma época distante, porém a descrição em síntese do tal presente.

Talvez Werther tenha-me enfadado em culpa por me faltar coragem em definhar algumas horas para saltar em liberdade. Em acabar jazendo sem vida em nome do amor.

Fui seu pupilo menos fiel em ação.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Amor?

E afinal o que será o amor ? Será que sabemos mesmo o que significa a palavra que tanto jogamos ao vento várias e varias vezes no dia, sem dizê-la com a merecida significância ? Talvez não seja nada disso que todos dizem sentir com tanto vigor, mas que daqui à algumas semanas, vão afirmar que foi apenas uma relação amorosa. Mas não afirmo que seja 'a pessoa certa, na hora certa, no momento certo e blablabla' , talvez exista amor a partir do afeto, e talvez o amor exista no primeiro olhar, que é apenas afeto. Bem, vamos definir o afeto como a semente do amor, que se adubada, germinará, se não..
Bem, voltemos ao amor, esse 'afeto germinado' na maioria das vezes vai além da nossa compreensão e percepção, uma vez que, achando que estamos amando, ficamos totalmente alheios a racionalidade. O amor é um conjunto formado por: uma pequena admiração pela outra pessoa em si, que seria apenas o afeto, que é a única ocasião do verdadeiro gostar; é formado também por aquilo que nós sentimos falta de ter vivido com determinada pessoa, saudades de momentos que não existiram ou simplesmente imaginação; e o gostar dos momentos que você compartilhou com aquela pessoa dividindo sua rotina, hábitos, manias, que é onde achamos que estamos amando por ter tanto daquela pessoa na nossa vida, 'que era só nossa', mas na verdade não é porque aquela pessoa é a unica que te completa no mundo e etc, e nenhum clichê de filme americano. É apenas o fato que você acabou se acostumando com aquela determinada pessoa em sua rotina, e o estranhamento sem ela em sua nova rotina é tão grande que chamamos isso de sofrimento...
Mas vejam só a mágica : passa! Não é fantástico ? passa! Tudo que você acreditava firmemente ser amor, passa! Será que era amor ou só a palavra amor ? Talvez o conceito mais apropriado para amor seja o carinho pela pessoa em si, não por momentos imaginários ou reais, mas por ser aquela pessoa que estava com você naqueles momentos, e que mesmo que ela não esteja mais na sua rotina a partir de determinado ponto, você sempre vai achar essa pessoa fantástica, e vai amá-la, independente do surgimento de outros amores, sim, pois não existe alma gêmea, existem pessoas afins, e essas afinidades poderão ser encontradas em muitas, mas muitas pessoas ....
enfim, é o amor.

sábado, 13 de agosto de 2011

Gole de Cólera

Dói. Dói muito todas as lembranças bonitas que me sobraram, mas eu prefiro tê-las e sentir doer do que esquecer tudo e seguir em frente como se essa história fosse um rascunho escrito num guardanapo de um bar qualquer. Se soubesse metade da saudade que eu sinto, de um grama do peso que carrego no peito quando te vejo passar, do nó que surge na garganta quando quero dizer algo a você; da saudade que você me dá. Da falta quase insuportável que eu sinto dos seus abraços, da dor na memória quando vejo seu nome escrito na agenda do celular. Muita coisa me lembra você e... Eu juro que estou tentando 'te deixar ir', não te procurar, mas desculpa, eu queria ainda estar com você. Acredite, a saudade que eu sinto não cabe na palavra que a descreve. Tento te abraçar em pensamento, mas o vazio em volta de mim é tão grande que machuca.
Nunca achei que diria isso, mas... Eu sinto uma imensuravel saudade de ouvir o seu silêncio. Esses gritos alheios de agora em nada me preenchem como você me preenchia.
Queria poder te encontrar de novo com aquele sorriso que só você tem, mas só me resta te ver caminhando por aí e se encontrando, vivendo, seguindo, mas eu estou bem, estou bem aqui ainda muito perdido em você.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Aparência

Abri as cortinas do meu quarto e deixei aquele Sol que aparentava tão fogoso entrar. O quarto permanece iluminado até agora, mas eu continuo no escuro...
Do mesmo modo que pareço iluminado, também aparento estar feliz, porém não estou. Aparento estar calmo, mas meu coração está apertado, sagrando, sofrendo. A parento não pensar mais de ti, e gostar dessas novas pessoas, mas não. Não gosto. E não paro de pensar se tua aparência é tão superficial quanto a minha. Aparento estar conformado, mas não estou...
Talvez me ache louco por isso, mas loucura maior seria aceitar viver sem você.
Parece até que gosto de ti, mas não.


Eu te amo.

sábado, 16 de julho de 2011

Ser e Não ser

O ser se encontra completo quando se torna antagônico em si
É preciso ser tudo e é preciso ser nada
É preciso ser tudo em si e nada para si
Só o coração inerte em escuridão sabe contemplar a luz
Os olhos que nunca viram o desespero não saberão reconhecer um momento de felicidade
Assim como os ouvidos que nunca ouviram uma mentira não irão perceber o valor da verdade
A boca que nunca proferir uma palavra de ódio dificilmente saberá dizer eu te amo
É preciso ter dois braços, um forte para saber bater e um fraco para saber acariciar
É necessário ter duas pernas, a perna da emoção pra poder ir e a da razão pra saber a hora de voltar, preferir uma à outra é simplesmente estupidez. É se aleijar por opção. É não querer andar
Ser e se permitir não-ser
Pois o ser se encontra completo quando se torna sinônimo de si
Quando ser e não-ser significam uma coisa só: humano

domingo, 10 de julho de 2011

Saudade

Eu queria poder dizer que te esqueci. Mas em cada sorriso vejo a sombra do seu, em cada abraço procuro o encaixe do nosso, em cada olhar busco seu jeito de me enxergar. Superficialmente, sim, te esqueci. Distribuo sorrisos, caminho normalmente, afinal, a vida segue. Mas os olhos não mentem e ultimamente não têm brilhado mais... E é aí que começa todo o problema: por dentro estou esmagado, triturado, cego e louco de saudade de você. Entendo que não tenhamos dado certo. Um peixe não vive em terra. Só não entendo é essa falta que eu ainda sinto. Como se me faltasse um pedaço de alma.


Eu queria poder dizer que sei que ainda pensa em mim, mas me vêm um aperto tão grande no peito quando me caí a ficha de que isso não é verdade... É que eu queria que só às vezes você se perguntasse se eu continuo usando barba, se continuo chorando quando bebo; queria que você sentisse um pouquinho de saudade do meu lado moça, meu jeito bobo; queria que você sentisse saudade do que tivemos. Você podia pensar em mim ainda pra que continuássemos juntos em um universo paralelo.


Fico aqui lembrando como o que você me deu foi bom. Ainda tenho aqui guardado o som do seu riso, a sabedoria do seu silêncio e o aconchego do seu colo. Tenho muito de você em mim e esse peso leve que é carregar você aqui comigo tem me derrubado inúmeras vezes ao dia porque você é minha fraqueza e força; quase meu ponto de equilíbrio, que me desequilibra e enrola e pisa e dá voltas, então volta e senta ao meu lado. Volta e me diz ao pé do ouvido que vai ficar tudo bem. Volta e me diz que mais cedo ou mais tarde nossa história será ainda mais bonita. Escreve que ainda pensa em mim, põe nosso nome lado a lado na sua gaveta, grita dezoito vezes saudade e me encontra.


Só queria poder dizer que não te esqueci e ter a certeza de que isso é recíproco.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lembranças

Eu me lembro das coisas mais ridículas. De como falávamos sobre literatura, filmes diferentes, poesias bobas . Das risadas mais inapropriadas e dos olhos de menina. Fofa. Você odiaria essa palavra. Diria que é depreciativa. Diria que meu palavreado te assassina. Mas é assim que eu te vejo. É assim que eu te via. É assim que eu sempre vou te ver.

Eu lembro de tudo, com uma clareza doída e insana. Lembro do dia bonito que eu sentei naquele banquinho na praça, meio querendo existir, meio querendo me fundir com a paisagem. Anti-social. Era o que você dizia. Que eu existia querendo ser ouvido e evitando ser visto. Não faz sentido, faz?

Mas você parou do meu lado, toda sorriso e cabelo comprido demais caindo no olho. Te achei engraçada. Te achei inusitada. E você me viu mesmo através da camuflagem. Você usava sandálias. Odeio mulher de sandálias. Mas em você achei legal. Achei diferente. Com você, era tudo diferente. Até o fim.

Ah, o fim.Queria dizer que espero que seja feliz. Mas seria mentira. Queria ter apreciado tua sinceridade. Mas não importa a delicadeza quando as palavras são pequenas navalhas. Elas (as feridas) sangram, não importa quão lentos ou superficiais sejam os cortes.

E eu te digo que enfim as flores que plantamos no jardim começaram a florescer. E não, isto não é uma metáfora. É a vida.

A vida não é uma metáfora. Nem quando se fala sobre rosas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Efeito borboleta

Na verdade, eu não queria que tivesse sido assim. Juro. Eu sempre desejei que as coisas fosse bem diferentes. Mas sempre fui vulnerável e medroso, e tinha medo daquela sensação.

Da sensação que tudo podia se esvair depois do fim, eu queria que de certo modo fosse eterno, que tudo aquilo fosse recordado com uma saudade gostosa e até mesmo uma admiração pós-paixão que nos deixasse sob a batuta do 'por que não deu certo?'. E lutando contra isso tudo eu acabei me embaralhando em palavras e gestos, entre suspiros e gritos e lágrimas de ódio e saudade.

Sei que foi de minha total autoria a culpa de não ser eterno o carinho, ou até mesmo a saudade e admiração. E do mesmo modo que pequenos gestos convencem, pequenos gestos destroem. E são os que mais destroem. E o que foi destruído era algo tão belo e mágico que me deixa pensando em um 'improvável efeito borboleta'.
Se a saudade não existe mais, qual o motivo para aquilo tudo ter existido ? Nenhum? Será que o que antes era necessário, hoje é dispensável ?
Não adianta : O tempo não cura o que ele mesmo destrói.

Culpa

Por que sou sempre obrigado a escolher?


Por que meu maior desejo deve ser uma vida confortável?


Vivo com medo. Medo de errar, medo de desapontar certas pessoas. Medo. De viver a minha própria vida. De arcar com as consequências dos meus atos. Medo de ser uma pessoa ruim.


Por isso, não faço que quero. Mas aí posso culpar a própria vida por isso. Não vou ter de lidar com o fato de que a culpa é minha. Afinal de contas, não há nada que eu possa fazer quando a vontade é de Deus, do Diabo, do Governo ou do vizinho.


A vida é muito mais fácil quando a culpa é dos outros.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vazio

Existe uma discrepância na forma como penso e percebo. Existe um vazio no que eu sinto. Não, na verdade, não existe um vazio no que eu sinto. Existe o vazio do que eu não sinto. Do que eu não consigo expressar em palavras. O vazio do que eu queria sentir, mas não tenho como. Não tenho o porquê. E aí fica tudo guardado. Em desuso. Incomodando. Machucando.
Às vezes fica fácil esquecer. Do vazio, quero dizer. Você não pára de viver por causa dele. Você ainda sai. Ri. Conversa. As vezes, até demais. Ri demais, bebe demais, sai demais. Porque o vazio tá lá. E tem sempre aquele momento em que a tua guarda baixa, e o vazio bate. Pesa. E você deseja sumir e reaparecer na sua cama. longe de tudo. De todos. Mas isso nem sempre acontece. As vezes o vazio fica lá, dormindo, por um tempão. Você acha que ele sumiu. Você acha que finalmente você está feliz com o que você tem. E tudo parece bem. E está bem. Mas o vazio volta. Sutilmente. Ou não. Pode ser uma fisgada no estômago. Pode ser uma lágrima no canto do olho. Pode ser um nó na garganta. Um pesar de pálpebras. Ou pode ser uma avalanche avassaladora de emoções. E o vazio. Novamente ele está lá. Novamente você lembra o que é conviver com ele.
Diariamente. Constantemente.
Existe uma falta de sentido nos nossos desejos.
Existe uma falta. E só.

domingo, 19 de junho de 2011

Quase

Nunca pensei no nascer do sol. Em ficar sentado admirando o momento em que ele surge. Nunca pensei em muitas coisas, na verdade.
E a verdade, é que eu quase não penso mais em você. Quase.
Eu só penso no quase.
No dia em que eu quase disse não.
O dia em que eu quase disse sim.
O dia em que eu podia ter saído, mas fiquei em casa.
O dia em que eu podia ter escolhido o caminho mais longo, e cortei pelo atalho.
O dia em que eu desisti de tudo.
O dia em que eu decidi que não valia a pena.
Que ia passar.
Que tinha que passar.
Não é que me atormente.
Eu sei que fiz o que pude com o que eu não podia saber.
Mas é o quase que me mata um pouco
Que leva um pedacinho
Um quase pedacinho
Pra longe
Porque foi quase
Por um triz
Você não me fez feliz
E vice-versa

sábado, 18 de junho de 2011

Real e Eterno

Não quero falar sobre o que já foi. Nem fazer um balanço sobre tudo o que aconteceu. Foi ruim, e foi bom. Mais bom do que ruim, no geral. E não quero fazer longas digressões sobre como "não foi bem assim". Foi o que foi, e o que significou no momento, embora agora seja apenas uma lembrança.

Incomodou. Doeu. Mas passou.

Mas não desejo suavizar, não quero que seja "e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu". Não há o que dizer. Não há o que fazer. Não há mais nada pra sentir. Mas eu não quero amenizar o que foi, pra mim, avassalador. Pois só o ser humano possui essa capacidade de deturpar emoções e situações já vividas. E pode tirar algo disso, ou pode não tirar nada.

A maioria não tira nada.

Ficar por aí dizendo que, no fim das contas, perdeu seu tempo com algo que não valia a pena. Não vou dizer que não valeu a pena.

Foi real pra mim. Mas acabou. E ponto.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O bastante

Conheci alguém novo hoje. Sorriso bonito, olhos sinceros. Não usava estúpidas sandálias. Ela podia me amar. Eu sei que podia. Mas eu não sei mais amar. Eu nunca soube. Eu só soube amar você.

Eu era o menino que acreditava que amar era um talento. Um talento adquirido. Amar era abstrair. E sempre me julguei racional demais para abstair. Então não amava. E não vou te dizer o quanto foi que eu amei você. Se o que vivemos não foi o bastante para mostrar o que foi tudo pra mim, então realmente não foi o bastante. Nunca é o bastante, não é?

O fato de ela poder me amar não é o bastante para que eu a ame. O fato de eu te amar não foi o bastante para que você ficasse. E eu me pergunto, meu amor vai ser o bastante pra ela? O amor dela vai ser o bastante para mim?

Eu só sei amar bastante. Mas nunca o bastante. Nunca o bastante.

E é por isso que escrevo para fantasmas. Não escrevo pra você. Escrevo para quem eu era pra você. Por você. Eu finalmente aprendi a chorar. Não por você, mas pela tentativa.

Não sei se posso continuar a arriscar. Mas também não posso ficar parado, posso?

Odeio você por ter roubado de mim mais do que os dias, as horas. Mais do que o tempo.

O mundo, como eu conhecia.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Somente Só

Na companhia de sons emudecidos comunico-me comigo mesmo, respeitando o silêncio imposto pelo ser oposto que não se faz presente. Caminhando em forma de nó vou sonhando só e evoluindo de ré em meu mundo sem fé. Ao caminhar ouço somente os passos de um andar mais do que familiar. Formo comigo mesmo um casal sem par e um relacionamento egocêntrico mais do que peculiar. Amo-me como jamais amaria outro ser. Sonho em ser o que sou e não com o que nunca poderia ser ou ter. Abandono-me Quando esqueço de mim e penso em ser o que não preciso ser. Isso ocorre em momentos em que me escapa a lucidez. Pura insensatez! Não sei pra quê. Não sei por que as pessoas choram por pessoas. Se a pessoa por que choras não passa de um personagem sem bagagem, sem alma e sem coragem. Prossigo na estrada singular, sempre me escondendo das companhias que insistem em me encontrar.

domingo, 29 de maio de 2011

Sentido

E quando se percebe que podia ter sido diferente ? Que aquela palavra, dita ou não dita mudou tudo ? Que faltou exatamente aquele gesto que você precipitou em fazer ?
Quando se percebe isso, é porque não há mais nada a ser feito, nem palavras, nem gestos, nem sentimentos, nem vontades. Nada, absolutamente nada pode mudar o que passou. E essa maldita impotência nos deixa fracos, sem saída, agonizantes até.
E nos mostra também o quanto cada momento daqueles fora especial, único, como cada dia é, mas que injustamente, recebe menos valor. Por tratar esses dias sem o seu devido valor é que chegamos à essa percepção tardiamente, e daí já é tarde..
Malditos sejam os discursos positivistas que teimam em afirmar que tudo pode mudar, a partir do momento em que você decide que irá mudar! Hipócritas, falsários, analisam tudo com o maldito olhar científico e se esquecem que tudo isso deve ser sentido, não analisado.
E quando se percebe isso, não se deduz apenas que chegou o fim, se percebe que nada mais tem ou fará tanto sentido em qualquer lugar que se vá ou se viva...

domingo, 15 de maio de 2011

Pé na estrada

Quando eu largar tudo, pegar a mochila e sair pelo mundo, não terei mais de lidar com humores, egos, destemperos, vontades alheias, não serei influenciado, não serei confrontado, iludido ou ludibriado. Não sentirei medo de perder. Até porque não precisarei conquistar.
Viverei num paraíso sem vizinhos barulhentos, sem chefes possuídos, sem trânsito, greves, assaltos, manchetes sangrentas, sem demissões em massa. Terei um dia só para mim. E uma noite só de contemplação. Não terei um travesseiro pesado de contas pra pagar. Farei descobertas todos os dias.
Novos sabores, novas cores, novos cantos, novos perfumes. Esquecerei dos paradigmas, dos dogmas, das palavras em inglês usadas sem propósito. Criarei uma nova filosofia, baseada na arte de não fazer nada. Na arte de ouvir. De contemplar. De respirar. De dormir.
Eu terei tudo, sem ter nada. Sem raízes. Só pé na estrada. Por que não ?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Percebi...

Hoje percebi que me observam. Não todos, mas alguns, e pra mim são todos. Observam por curiosidade, observam pra comentar, observam por rejeitar, admirar, gostar, odiar, desprezar, desejar bem ou mal. Não sei. Sei que observam...
E percebi que percebendo que estava sendo observado, senti uma profunda agonia, uma extrema obrigação de fazer todos aqueles olhares, mesmo sem conhece-los, sem ao menos saber suas histórias, mas algo me dizia que tinha que fazer isso. Mas por que diabos ?
Tentei, manipulei, falei, beijei, amei , odiei, senti, apaguei e no final todos os olhares estavam insatisfeitos ora essa! Mas eu fiz tudo o que podia e acabo odiado por todos !? Ora bolas, que treco mais insensato!
Daí percebi mais uma coisa, que em certo momento você está tão certo das suas certezas, que nem percebe que está se perdendo em palavras, ações e sentimentos. E minha maior vontade agora é apenas fugir desses malditos olhares que me atordoam, ficar quietinho e descobrir uns olhares escondidos que ainda não conheço, e nem imagino existir, mas existem. E isso é o mais bonito.
Mas ainda assim não percebi qual a função de mim...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Camuflagem

Já sentiu o vazio de não ser notado? O quanto é insignificante toda a existência, diante da fome insaciável do ego de cada um ? Nada que se faz pra ser notado é o suficiente, uma vez que, a verdadeira notabilidade de algo/alguém, está no inesperado, no surpreendente. Acho que na verdade, está no simples fato de viver, não é nescessário, aparições milagrosas, ou mover motanhas, basta ser simples, ir vivendo, tudo vai acontecer, se tiver de ser.
'Tudo está bem, quando acaba bem'. Será que o querido Shakespeare não se equivocou, tudo deve estar bem, quando começa bem? Até porque se teve um fim não valeu a pena. Faltam mais flores, cores, sabores, odores, frescores ... Está faltando AMORES. Maldita mania que os homens tem de se camuflar nessa figura forte, que agoniza por dentro, sensível como uma pena, pobre coitado.
Falta sensibilidade, sensatez, carinho, atenção, afeto. Qual o motivo de não poder se aflorar a flor que espalha o perfume do coração em toda nossa alma, mas que não é posta em outros vasos, juntando-se a outros enfeites..
E nessa camuflagem calada, colhida como um conto, fica a flor: florida margarida, que amarga como um cravo muito bravo preto num cantinho, que prestes a soltar um espinho, percebe que da rosa dengosa tem partes mais valiosas, que valem mais que seu enpinhozinho. Pobre pétala. Aflore-se hoje, não amanha, nem depois. Agora, hoje, não deixa palpitar o coração que quer mais, ele só quer voar .
Talvez esse desfecho do texto de hoje foi meio inesperado, não ?

terça-feira, 1 de março de 2011

Procura-se

E ficava cada vez maior a agonia sufocante de está faltando algo, neste primeiro de março, volto a escrever, essas palavras não podem mais ficar vagando apenas na minha cabeça sem nenhum sentido. Que deixem todos os outros confusos também, que todos também tenham que organizar as mesmas.
E o que aconteceu nesse tempo, que não abri minhas páginas e as preechi com toda e qualquer bobagem que me viesse a cabeça, estava ausente. Não do mundo, de mim mesmo, precisava me encontrar, precisava saber o que havera acontecido a minha pobre cabeça. E nesse mesmo tempo perbeci que quanto mais mergulhava no meu existencialismo, menos eu sabia sobre mim, e mais perdido ficava, então resolvi parar tudo...
O ultimo mês ? Sombrio. Mágico. Trágico. Medonho. Fantástico. Horrendo. Mas afinal é disso que reclamam, falta de emoção. Ah, disto nao posso me queixar, afinal pude degustar de uma emoção por minuto, descobri facetas de pessoas estranhas, e estranhas facetas das pessoas. O que eu acho disso? Nada.
Hoje posso dizer que me contento com o nada, que devagazinho vai voltando a ser o meu tudo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Carta

Com o seu toque sinto o arrepio feroz da minha nuca, o pior momento ao seu lado se torna o mais prazeroso hobby. Porque simplesmente ao te ver, fico que nem bobo, vejo o mundo alegre, e sorrio de qualquer coisa que vejo no meu caminho.
Os momentos de tristezas e seriedades só resumem os meus pensamentos naquele momento, que é o mesmo a qualquer hora, se vou conseguir fazer o mesmo bem á uma pessoa que me proporciona tantos momentos bons.
Não adianta, sem você me sinto completamente incompleto, e procuro em cada olhar e gesto um traço seu, em cada flor o seu cheiro, em cada paisagem sua beleza, mas não consigo. Você simplesmente é unica, bem do jeitinho que você é, pacata, dengosa, gentil.
A querida moça talvez seja a palavra mais errante do dicionário da minha mente, mas a cada dia descubro que essa palavra é exatamente o meu sinônimo.
E nesse mesmo dicionário ainda descobri mais algo, o que está acontecendo simplesmente não se encaixa na palavra especial, e nunca vai se encaixar. Todas essas pequenas sutilezas que sinto quando te vejo, estão em outras palavras : Mágico e Surreal.


PS: Espero que além de ocupar todas as páginas da sua agenda, eu passe a ocupar um outro local também : um pedacinho do seu coração.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Facilidades Humanas

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer...

Fácil é julgar pessoas que, estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros...

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas horas, e dizer sempre a verdade quando for preciso...

Fácil é analisar a situação alheia, e poder aconselhar sobre esta.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo lhe deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém, que realmente te conhece...

Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã.
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa...

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração...

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto...

Fácil é brincar como um tolo.
Difícil é ter que ser sério...

Fácil é dizer "oi", ou "como vai ?".
Difícil é dizer "adeus"...

Fácil é abraçar, apertar a mão.
Difícil é sentir a energia que é transmitida...

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só...

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência...

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta...

Fácil é querer ser o que quiser.
Difícil é ter certeza do que realmente és...

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar (ou vice-versa)...

Fácil é beijar.
Difícil é entregar a alma...

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém...

Fácil é ferir quem nos ama.
Difícil é tentar curar esta ferida...

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las...

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho...

Fácil é exibir sua vitória a todos.
Difícil é assumir a sua derrota com dignidade...

Fácil é admirar uma lua cheia.
Difícil é enxergar sua outra face...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Acasos

Acasos, nada mais são do que brincadeiras que o destino obriga todos nós a jogar, talvez você possa tentar manipular essa junção de tempo e escolhas chamada destino, mas querendo ou não, isso foge ao nosso entendimento. Pobre entendimento humano...
Sabe aquela pessoa que você só conheceu porque seu vôo atrasou? Ou aquela vez que você ia comprar o presente do seu namorado no shopping que explodiu, mas perdeu o ônibus e desistiu de ir? Ou quando abriu um livro alugado na biblioteca e achou anotações que te ajudavam num trabalho? Será que tudo isso é coincidência?
Acaba se tornando inevitável o apego à uma força divina, ou algo além da nossa compreensão, pra explicar coisas que de certo modo, acontecem de forma tão estranha e sem explicações, que pensamos que algo que ultrapassa o plano material é que controla cada passo nosso. E não é.
A velha fórmula sempre explica tudo, tempo+escolha = destino, é algo simples, mas talvez seja a definição mais adequada para algo que nos amedronta tanto. Mas no fim das contas todos vamos perceber que o destino é nosso, e todos amores e acontecimentos que ocorrerem em nosso vida, talvez não sejam pra ocorrer.
Talvez tenhamos errado apenas na equação e como nós não controlas o tempo, apenas um dos fatores está ao nosso alcance, e esse fator mudará o destino de cada um.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Felicidade

Sem dúvida alguma o mais egoísta dos sentimentos, assim como a verdade é a mais egoísta das coisas. Será que se é possível traçar uma definição para a felicidade ? Não, não é possível.
Pelo menos, não uma definição absoluta, que se adeque a qualquer situação, a verdade e a felicidade são idéias muito vagas do ser humano, coisas muito subjetivas, assim como a imaginação. Afinal, a sua felicidade pode não ser a minha, e a minha verdade pode não ser a sua, e tudo se volta novamente para a vertente da imaginação...
Há ainda quem associe o ideal de felicidade com aquela velha idealização de vida perfeita, que é formado por amores avassaladores, uma família perfeita, casas com jardins babilônicos, e todo o materialismo e sentimentalismo que se pode imaginar. Mas aqui está o seu humilde interlocutor querendo contradizer tudo isso, e dizer que nada é real, você não é real, eu não sou real, nenhuma dessas sensações que o seu corpo sente a qual chamamos de sentimentos são reais, é tudo fruto da imaginação, da imaginação de alguém que gosta de brincar, e passou a levar essa brincadeira á sério ....
Duas frases definem tudo :

"Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."


"Um dia terá que ser admitido oficialmente que o que batizamos de realidade é uma ilusão até maior do que o mundo dos sonhos."



Pense nisso....

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fascínios Humanos

Por que ainda se há tantas coisas para desvendar, mesmo já se vivendo milhões de ano nesse lugar ? Porque mesmo depois de tanto tempo, ainda existe algo novo. E aí vem o maior fascínio da natureza humana: O novo.
Sim, é isso que desperta todos os instintos selvagens ou até racionais de um ser humano, o novo. Tamanha é curiosidade e a ânsia da alma humana por descobrir o novo, que isso acaba se tornando essencial, a insensata busca pelo estranho, pelo diferente, pelo que move a alma. Existe até quem compare o novo com uma bela tinta spray que permanece ali da mesma cor, mas quando vamos a descobrindo e conhecendo, simplesmente perde o brilho...
Essa triste idéia que um dia algo/alguém nos mostrará um mundo novo. Nos fará sentir uma coisa que nunca imaginamos, uma sensação mágica.... Tudo história. Vai ser legal enquanto for novo, nada mais.
E talvez essa seja o grande questionamento do ser humano, como manter algo 'novo' pra sempre? Ele não pode virar conhecido, tem que ser estranho até o fim, para não ter fim.